segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Carta aberta: Por que a UFRN deve votar em Dilma



           Houve um tempo (8 anos atrás) em que as condições de trabalho na Universidade Federal do Rio Grande do Note (UFRN) não eram as que temos. As salas de aula não tinham quadros decentes, nem computadores, projetores de multimídia e muito menos ar condicionado. Nem mesmo os ventiladores funcionavam ou, quando funcionavam, eram péssimos e barulhentos. Os laboratórios eram mal equipados e os professores eram chamados de VAGABUNDOS por FHC porque faziam greve. Ora, passamos vários anos sem reajustes de salários e nossos salários eram corroídos pela inflação a cada mês.
Houve um tempo na UFRN em que não existia dinheiro para pagar a energia elétrica e nem telefones, nem para comprar livros, nem para financiar as pesquisas ou pagar bolsas de estudos para alunos.
Houve um tempo em que não existia dinheiro para comprar comida para abastecer o Restaurante Universitário, nem para comprar giz para as salas de aula, nem para construir edificações, nem para ajudar aluno carente.
Houve um tempo em que todo mês havia um indicativo de greve. As universidades paravam suas atividades todos os anos e chegamos a ficar parados por mais de 100 dias. Era consenso que o governo federal estava sucateando as universidades.
Além da universidade, o País vivia em crise, devia ao FMI, era considerado um país de economia instável e o risco Brasil era altíssimo. Para resolver, a social democracia (PSDB) vendeu a Vale do Rio Doce, a CSN e a Eletrobrás, e queria privatizar o Banco do Brasil, Caixa Econômica e Petrobras, e também, acredita-se, ao sucatear as universidades públicas faria o que fez no Chile, privatizaria o ensino superior.
Hoje, o Brasil não deve ao FMI, tem uma economia robusta, milhões de brasileiros saíram da linha da miséria, enfim, o País melhorou visivelmente. Quem viveu os últimos 20 anos sabe que vive em um país muito melhor, mais justo e mais democrático, embora ainda precise de muito caminho a percorrer.
Nós, da UFRN, já vivemos a experiência de ser administrados pelo PSDB. Não podemos nos esquecer disso. Nós, da UFRN, não queremos perder o que conquistamos e queremos mais, pois o processo democrático ainda está em construção.
No primeiro turno, senti que a grande maioria dos nossos alunos escolheu Marina. Como em todo processo eleitoral, entendo que o primeiro turno era o momento de se confrontarem os diversos projetos de sociedade e o projeto de Marina também era bom, mas quem votou em Marina não pode votar em Serra.
Neste 2o turno, só temos duas candidaturas disponíveis! Temos de ter responsabilidade para fazer a melhor escolha. Sugiro que pensemos para além de nossos interesses pessoais, que reconheçamos que voltar a um governo social democrata é um retrocesso. Que podemos avançar.
Aos alunos peço: Pensem em tudo isso na hora de votar.
Aos professores conclamo: Vamos usar adesivos, vamos conversar com os alunos, vamos sair em sala de aula como nos velhos tempos de militância.
Vamos mostrar aos alunos que educação também é uma escolha política e que não estamos aqui apenas para formar profissionais, mas cidadãos que se preocupam com a realidade miserável do país.
Estamos numa instituição pública e devemos defendê-la da ameaça que é, a meu ver, a candidatura social democrata, que mente, calunia e utiliza recursos questionáveis do ponto de vista ético. As universidades públicas estão se mobilizando e realizando atos políticos.
Vamos organizar o da UFRN!

Giovana Paiva de Oliveira
Profa. DARQ/UFRN

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